Boletim Paulista de Geografia https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista <p>O Boletim Paulista de Geografia (BPG) é uma revista científica publicada desde 1949 pela Seção São Paulo da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB-SP). Publica artigos originais e inéditos, resenhas, entrevistas, traduções e notas relacionadas à Geografia. Está classificada pela CAPES como Qualis A1 (2017-2020) ISSN: 2447-0945</p> pt-BR <p>Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:</p><p>Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a <a href="http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/" target="_new">Licença Creative Commons Attribution</a> que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.</p><div>Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.</div><div> </div><div>Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja <a href="http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html" target="_new">O Efeito do Acesso Livre</a>).</div> agbsaopaulo@agbsaopaulo.org.br (AGB) boletimpaulistageografia@gmail.com (Boletim Paulista de Geografia) Mon, 08 Jul 2024 18:52:52 +0000 OJS 3.3.0.13 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 A METODOLOGIA DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS COM O JOGO DE SIMULAÇÃO CITIES SKYLINES https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3224 <p>O presente artigo tem como objetivo analisar o uso de jogo digital de simulação de cidades <em>Cities Skylines</em> como recurso didático integrado à metodologia de resolução de problemas na análise da mobilidade urbana. Para isso, analisa um percurso didático que buscou proporcionar aos alunos situações que lhes permitissem refletir e propor configurações urbanas sustentáveis. Os sujeitos de investigação foram vinte e oito alunos do terceiro ano de Geografia do Ensino Médio integrado em informática do Instituto Federal Catarinense (Campus Videira). As atividades foram desenvolvidas durante três meses (com três aulas semanais), em grupos, com dois ou três alunos, totalizando dez equipes. Os alunos foram incentivados, por meio de desafios semanais, a considerar a sustentabilidade na sua dimensão social, econômica e ambiental, assim como a necessidade de uma cidade para as pessoas, com a presença de vias para pedestres e ciclistas e transporte público eficiente. Foi realizado análise de conteúdo dos projetos de cidades sustentáveis apresentados pelas dez equipes, no qual observou-se os encaminhamentos que os grupos deram para resolver os problemas e o plano de ação (Estratégia de resposta) para apresentar uma medida eficaz (Eficiência na solução) na cidade simulada. Para isso, os alunos precisaram ponderar as demandas da população, diversificar os meios de circulação, considerar as características do meio físico e pensar a cidade como um todo. Os resultados apontam que é necessário orientar os alunos para formular hipóteses, analisar o espaço urbano e elaborar alternativas e soluções para problemas reais nos centros urbanos.</p> Solange Francieli Vieira, Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes Copyright (c) 2024 Solange Francieli Vieira, Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3224 Mon, 08 Jul 2024 00:00:00 +0000 “COMO QUE UMA COVID LONGA”, O EFEITO PROLONGADO DA PANDEMIA SOBRE FEIRAS LIVRES DA AGRICULTURA FAMILIAR DE BASE CAMPONESA EM PORTEIRINHA-MG https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3051 <p>Este estudo analisou os impactos da Pandemia da COVID19 sobre os espaços de feiras livres do município de Porteirinha-MG tendo em vista que esses mercados locais tiveram suas atividades suspensas por períodos prolongados por gestores municipais a fim de conter o vírus. Esse quadro é agravado dramaticamente pelo desmonte das políticas de apoio à agricultura familiar intensificado na gestão Bolsonaro e, mais ainda, pelo o negacionismo que imperou no governo, de inação na coordenação de medidas de enfrentamento da pandemia. As informações tratadas neste artigo é resultado de um denso trabalho de campo realizado entre os anos de 2019 e 2023, por meio da observação direta aos espaços de feiras, entrevistas com consumidores, famílias agricultoras feirantes, além de diálogos com gestores públicos e de organizações da sociedade civil buscando compreender de que maneira a pandemia afetou o dia a dia das/os agricultoras/es&nbsp; que tinham nos espaços de feiras livres sua principal fonte de renda. O estudo evidencia que o negacionismo do governo federal em relação à pandemia da COVID19 contribuiu para uma desorientação dos gestores locais, a exemplo do caso de Porteirinha, que se viram sozinhos na tomada de decisões com vistas à segurança sanitária, dentre elas, aquelas que afetaram negativamente o funcionamento das feiras livres. Que passaram a amargar as consequências da suspensão prolongada de suas atividades, como: o baixo número de frequentadores e a formação de novos hábitos de consumo na população.</p> Fábio Dias dos Santos, Gustavo Henrique Cepolini Ferreira, Ernandes Dayer Lopes de Barros Moreira Campos Copyright (c) 2024 Fábio Dias dos Santos Santos, Gustavo Henrique Cepoline Ferreira Ferreira, Ernandes Dayer Lopes de Barros Moreira Campos Campos https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3051 Mon, 08 Jul 2024 00:00:00 +0000 VARIATIONS OF THE COASTLINE IN A MEDIUM PERIOD (1985-2017) OF A TROPICAL ISLAND: THE CASE OF SOURE (MARAJÓ - PARÁ/BRAZIL) https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3300 <p>The margins of Marajó Island, influenced by large estuaries (rivers Amazonas and Pará), are con- ditioned to constant morphological changes. This article shows the multitemporal dynamics of the coastline (1985-2017 - 32 years) and the quantification of the areas in accretion and erosion in the Northern Margin (Sector I), Cabo Maguarí (Sector II) and Eastern Margin (Sector III) of the Soure municipality. The method- ology included the acquisition of medium resolution satellite images LANDSAT 5 TM (bands 5, 4 and 3 - 1985) and LANDSAT 8 OLI (bands 6, 5 and 4 - 2017), orthorectified and georeferenced, with spatial resolu- tion of 30m. They were processed using the ArcToolbox tool. The visual interpretation of the images and the vectorization of the coastline were done in ArcMap, using the ArcGis 10.6 software. The overlapping of the vectors of the years 1985 and 2017 allowed the caCLulation of areas and rates. The results show the predom- inance of the accretion of the coastline. The under accretion totaled 25,382,783.18 m² ± 575.28 m² (4.72 m year-1) and mean linear advance of the coastline of 151.10 m. However, the eroded areas totaled 6,696,780.64 m² ± 575.28 m² (3.03 m year-1) and the mean linear retreat of the coastline was 97 m.</p> Rafael Alexandre Alves Menezes, Diandra Karina Martins Guimarães, Maamar El-robrini Copyright (c) 2024 Rafael Alexandre Alves Menezes, Diandra Karina Martins Guimarães, Maamar El-robrini https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3300 Mon, 08 Jul 2024 00:00:00 +0000 EROSÃO EÓLICA EM MEIO TROPICAL https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/2994 <p>O objetivo do trabalho foi descrever, analisar e caracterizar a causa do fenômeno da nuvem de poeira ocorrido na sede urbana do município de Franca, interior do Estado de São Paulo em 26/09/2021. Para caracterização do trabalho foram selecionadas estações meteorológicas automáticas dentro um raio de 100 Km do centroide do município de Franca. Os dados das variáveis climáticas foram coletados, tratados e espacializados através de técnicas de interpolação. As variáveis selecionadas foram: temperatura, pressão atmosférica, umidade do ar, pluviometria, velocidade e direção do vento. Os resultados foram quantificados e analisados em sobreposição com os mapeamentos das características ambientais da área em estudo (geologia, geomorfologia, climatologia, pedologia e uso do solo). Os resultados permitiram entender que a região de Franca possui uma configuração ambiental que somada ao uso do solo e às especificidades climáticas ocorridas na data do evento, geraram uma zona turbulenta que podem explicar a ocorrência da nuvem de poeira.</p> Leonardo Bezerra, Fernando Nadal, Sheila Furquim Copyright (c) 2024 Leonardo Bezerra, Fernando Nadal, Sheila Furquim https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/2994 Mon, 08 Jul 2024 00:00:00 +0000 RELAÇÃO SOLO-VEGETAÇÃO EM CAMPOS DE ALTITUDE NA MATA ATLÂNTICA: https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3024 <p>As fitofisionomias florestais são dominantes no bioma da Mata Atlântica, mas as formações herbáceas e arbustivas também são frequentes e, em alguns casos, formam campos rupestres e de altitude. Um dos exemplos dessas ocorrências está situado no Núcleo Curucutu do Parque Estadual da Serra do Mar (SP). Neste local, os campos estão em condições altimétricas e climáticas equivalentes às das florestas do entorno, sem que estas avancem sobre os campos e provoquem o seu progressivo desaparecimento. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é verificar se o solo é o fator limitante para o avanço das formações florestais sobre as áreas campestres. Para responder essa questão, foram realizados três transectos pedo-vegetacionais, cortando tanto as formações florestais como as campestres. Ao longo dos transectos, foram levantadas as características morfológicas e químicas dos solos, e as variações na topografia, sendo estabelecidas correlações com as fitofisionomias. Os dados mostram que os solos da área são, predominantemente, rasos, textura franca, extremamente ácidos, lixiviados, e um pouco mais profundos nas florestas que nos campos. Contudo, observou-se em campo que, durante as chuvas, a infiltração da água é rápida e, nas vertentes, dominadas pelos campos, dá origem a um lençol suspenso no contato do horizonte A com C/CR, formando um fluxo lateral rápido, sugerindo que o tempo de permanência da água nesse solo é curto. Assim, considera-se que o stress hídrico e a pequena espessura dos solos são os fatores limitante para a expansão de florestas sobre as áreas de campos de altitude.</p> Lucas Gonzaga Santos, Marcos Roberto Pinheiro, Sidneide Manfredini Copyright (c) 2024 Lucas Gonzaga Santos, Marcos Roberto Pinheiro, Sidneide Manfredini https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3024 Mon, 08 Jul 2024 00:00:00 +0000 REPRESENTAÇÃO DA REGIÃO NORDESTE E SEUS ASPECTOS GEOGRÁFICOS NO MATERIAL PEDAGÓGICO https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3276 <p>Ao abordar a região semiárida do Brasil, é comum depararmo-nos com imagens estigmatizadas que associam a área à seca, ao solo rachado, à pobreza e a pessoas com semblante sofrido. Esta representação, particularmente evidente nos livros didáticos dos anos finais do ensino fundamental, influencia a percepção pública dessa região. Diante dessa realidade, este trabalho propõe uma análise aprofundada, utilizando quatro exemplares distintos de obras pedagógicas empregadas no ensino de geografia na rede pública de educação. O enfoque recai nos conteúdos relacionados ao território do Semiárido brasileiro e suas particularidades. O método adotado é de natureza qualitativa, embasado em pesquisa bibliográfica, cujos resultados indicaram que, nos livros analisados, a tendência à rotulação do território como semiaridez se apresenta de forma reduzida ou praticamente inexistente. Esses resultados levam à conclusão de que, ao longo do tempo, houve uma diminuição no uso de estereótipos associados à região semiárida, cedendo lugar a informações mais pertinentes e detalhadas. Este progresso contribui para uma compreensão mais completa e justa dessa área, reconhecendo-a como rica em biodiversidade e cultura. Portanto, este estudo destaca a importância de desafiar e reformular representações estigmatizadas por meio da educação, visando uma visão mais precisa e positiva do Semiárido brasileiro. A superação desses estereótipos é essencial para promover uma apreciação mais ampla da diversidade e potencialidades dessa região significativa em nosso país.</p> Deyvison Silva, Gislayne Bezerra Moura, Lucas Chagas Vieira, Mirella Torres da Costa Xavier Copyright (c) 2024 Pierry, Gislayne, Lucas, Mirella https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3276 Mon, 08 Jul 2024 00:00:00 +0000 AGLOMERAÇÃO URBANA DE LONDRINA - PR: https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3257 <p>Os estudos urbanos sempre se depararam com a necessidade e o desafio de investigar a realidade e seus elementos em determinados recortes espaciais. Essas áreas são escolhidas e delimitadas de acordo com as justificativas e objetivos de cada pesquisador(a). Nesse contexto, alguns recortes acabam sendo mais utilizados, seja por definições institucionais ou pela quantidade de trabalhos realizados em seu âmbito, necessitando de revisões constantes. Este artigo objetiva abordar as discussões e os critérios que consideramos incontornáveis para a formação de uma unidade territorial, em caráter interurbano, que denominamos como aglomeração urbana de Londrina – PR. Para isso, trazemos outras delimitações e terminologias possíveis, frequentemente usadas na caracterização da rede urbana brasileira. Também elaboramos materiais cartográficos para melhor entendimento da aglomeração urbana e dos fatores espaciais e territoriais envolvidos. Em especial, recebem destaque os processos de continuidade espacial, continuidade e proximidade territorial, fundamentais para a delimitação do referido recorte. Conclui-se que a aglomeração urbana de Londrina se apresenta como um novo e frutífero recorte para estudo na rede urbana norte paranaense e brasileira. É um conjunto de cidades que, em seus processos interligados de estruturação espacial, estabelece conexões em diferentes escalas geográficas, sobrepostas e entrelaçadas. Esperamos que tal recorte seja alvo de escrutínio, manipulação e alterações que se apresentarem no caminho, auxiliando no desenvolvimento de novas pesquisas.</p> Guilherme Pereira Cocato Copyright (c) 2024 Guilherme Pereira Cocato https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3257 Mon, 08 Jul 2024 00:00:00 +0000 A GEOECOLOGIA DA PAISAGEM PARA ANÁLISE DE ÁREA RURAL DEGRADADA POR EROSÃO https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3035 <p>Os solos recobertos pela agropecuária convencional, mais utilizada no mundo, estão se degradando em ritmo acelerado, em variados ambientes. Assim, o objetivo deste estudo é apresentar uma adaptação da metodologia da Geoecologia da Paisagem, utilizada em diagnósticos ambientais, para o estudo de áreas rurais degradadas pela erosão, propondo procedimentos para quantificar a predisposição do meio físico (litologias, classes de solos, formas e energia do relevo) e do uso da terra à formação e desenvolvimento de feições erosivas lineares (sulcos, ravina e voçoroca). Foram elaboradas cartas de unidades físicas e de estado ambiental de uma área rural experimental, situada no oeste paulista, degradada pela erosão. Os resultados permitiram identificar os padrões de uso da terra que mais contribuem para a dinâmica erosiva, com destaque para as pastagens, que generalizam a ocorrência do estado ambiental instável, mesmo em unidades físicas de menor predisposição à erosão, e dos estados crítico e muito crítico, nas unidades de maior predisposição. Constatou-se a perda de potencial geoecológico em 92% da área, com consequências negativas para as atividades agrícolas, que são a base da economia local.</p> Felipe Augusto Scudeller Zanatta, Cenira Maria Lupinacci Copyright (c) 2024 Felipe Augusto Scudeller Zanatta, Cenira Maria Lupinacci https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3035 Mon, 08 Jul 2024 00:00:00 +0000 NOTAS SOBRE O DESMONTE DA EMPLASA https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3310 <p>Em 05 de junho de 2019, após aproximadamente 45 anos de atividade envolvendo levantamento de dados, produção técnica, pesquisa e planejamento da Região Metropolitana de São Paulo, a Empresa Paulista de Planejamento S.A. (EMPLASA) foi extinta junto à duas outras empresas públicas pela lei estadual nº.: 17.056/2019. Embora a extinção dessas empresas tenha seguido a atuação e a posição política dos governos federal e estadual da época, com certa guinada a extrema direita e a aplicação de projetos liberalizantes na esfera do Estado com propostas de privatização de setores no interior da administração pública, o desfecho da EMPLASA apresenta também outras determinações mais profundas das transformações e reestruturações ligadas à área do planejamento urbano e territorial cujo contexto histórico tem envergadura mais elástica. Neste artigo discutimos a extinção da EMPLASA no contexto das transformações na esfera do planejamento territorial que acompanhou a resolução jurídico-administrativa e político-institucional do Estatuto da Metrópole, lei federal nº.: 13.089/2015, cuja aplicação vislumbrava a institucionalização da governança metropolitana como ferramenta de gestão e planejamento das regiões metropolitanas instituídas nacionalmente. Com forte influência de formas de gestão metropolitana propostas por agências internacionais, essa legislação dispensa órgãos de planejamento público em virtude de formas de cogestão público-privada do território metropolitano. Neste contexto político institucional, longe de serem causa unilateral, as resoluções e a aplicação do EM aceleraram da extinção da EMPLASA.</p> Felipe Saluti Cardoso Copyright (c) 2024 Felipe Saluti Cardoso https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3310 Mon, 08 Jul 2024 00:00:00 +0000 ESTRATÉGIAS GEOBIOPOLÍTICAS: https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3303 <p>Os mapas são ferramentas que educam e subjetivam sujeitos e populações em relação ao espaço. Com o passar dos anos, os saberes técnicos e geopolíticos que os envolvem transformaram-se, ocasionando a constante atualização de seus formatos. Neste texto, portanto, discute-se conhecimentos acerca de suas elaborações, capacidades de leitura e, principalmente, de seus efeitos discursivos, a partir da noção de geobiopolítica. Nesse sentido, entende-se que tais ferramentas, analógicas ou digitais, se encontram articuladas aos cotidianos de muitos sujeitos, especialmente nos dias de hoje. Busca-se dissociar os mapas de uma visão hierárquica de poder, que foi predominante na cartografia durante o período mercantilista, adotando-se conceitos foucaultianos, por meio de uma perspectiva pós-estruturalista. Toma-se a geobiopolítica como processo de quantificação e controle de informações relacionadas às populações e às estruturas espaciais que produzem racionalidades espaciais – espacialidades. Afirma-se, por meio dos tensionamentos propostos, que os mapas operam como estratégias geobiopolíticas que produzem verdades acerca do espaço e das dinâmicas que o envolvem, especialmente as populacionais., definindo o que é considerado relevante, legítimo ou dominante em determinadas espacialidades e temporalidades. Além disso, atenta-se ao fato de que não estão necessariamente restritos a conjuntos de especialistas, mas articulam-se às dinâmicas contemporâneas sendo balizados pelos dados e usos dos próprios sujeitos usuários.</p> Daniel Felipe Schroeder, Camilo Darsie Copyright (c) 2024 Daniel, Camilo https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3303 Mon, 08 Jul 2024 00:00:00 +0000 AMAZÔNIA: https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3113 <p>O presente trabalho intenta refletir de forma crítica sobre a condição colonial da Amazônia, tendo como baliza o debate que engloba a geopolítica, a construção de sentidos sobre vazio demográfico e as tensões junto às populações locais. Busca ainda realçar o constituinte étnico racial nas disputas pela terra, no sentido em problematizar a questão da expropriação nas arenas das disputas pela terra, para além dos debates circunscritos às classes sociais. Ianni (1978) e Fernandes (1989), entre outros autores, servem de baliza nesta direção. Enquanto na segunda parte investimos em analisar a condição de subalternização da Amazônia neste complexo emaranhado de poder, onde, a partir de reflexões de Bertha Becker (2005), Ariovaldo Umbelino (1995), Carlos Walter Porto Gonçalves (2001 e 2017), trataremos sobre as políticas desenvolvimentistas, bem como sobre a representação simbólica da região como vazio demográfico, o que tem servido de âncora legitimadora de ocupação de seus territórios por grandes empreendimentos.</p> Rogerio Almeida Copyright (c) 2024 Rogerio Almeida https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3113 Tue, 09 Jul 2024 00:00:00 +0000 MORADIA, SEGREGAÇÃO E O LUGAR DE CADA UM NA CIDADE DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3041 <p>Nas cidades, a distribuição das moradias é um fator histórico que ajuda a compreender o lugar que cada um tem na cidade, ou seja, quem dispõe de maior poder aquisitivo opta por ocupar áreas bem servidas de infraestrutura, serviços variados etc.; por outro lado, os citadinos pobres se resignam a viver onde for possível arcar com uma moradia, geralmente em áreas onde a precariedade se mostra visível. O objetivo deste artigo é mostrar, a partir da consulta a diferentes fontes bibliográficas sobre o programa Minha Casa Minha Vida, as estratégias de produção do espaço dos agentes envolvidos com o referido programa habitacional em São José do Rio Preto, cuja paisagem urbana foi remodelada ao longo de uma década desde que a nova política habitacional foi colocada em prática. Nesse sentido, foi possível observar que o referido programa reforçou na cidade uma prática já comum de direcionar as famílias mais pobres para a zona Norte, predominantemente ocupada pelos segmentos menos abastados, agravando a segregação existente na cidade. Assim, a estratégia locacional do escolhida foi a de manter o distanciamento entre os conjuntos habitacionais populares e os bairros nobres. Na questão metodológica, realizamos trabalhos de campo e pesquisas para a coleta de dados, além de uma entrevista semi-diretiva com um vereador da cidade.</p> Luiz Henrique Mateus Lima Copyright (c) 2024 Luiz Henrique Mateus Lima https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3041 Tue, 09 Jul 2024 00:00:00 +0000 TEMPO GEOGRÁFICO E HISTÓRIA https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3242 <p>A ampliação do reconhecimento de que o neoliberalismo imprime uma aceleração sobre o movimento do real, bem como corrói a capacidade imaginativa e prospectiva do ser social sobre o futuro, tenciona à necessidade de adensamento do diálogo da ciência geográfica com a questão do tempo. Para tanto, recorreu-se ao expediente categorial do tempo geográfico, via as proposições de Pierre George, Milton Santos e Elvio Martins, pondo-o em diálogo com a filosofia da história, através das categorias de espaço de experiência e horizonte de expectativa, propostas por Reinhart Koselleck, mediando a intersecção prioritariamente através da questão urbana na modernidade, bem como na atual quadra histórica, e da economia política. Encaminhou-se o entendimento de que a geografia, enquanto dado da realidade organizado dentro da relação entre sociedade e natureza, possui papel central na constituição do espaço de experiência, participando assim ativamente da composição dos horizontes de expectativa – e sendo também por estes determinada. A análise das transformações da geografia, mediante o cabedal de categorias do tempo geográfico, permite apontar as determinações próprias do neoliberalismo sobre a relação entre sociedade e natureza, aparentes no processo de urbanização das metrópoles dentro do contexto da crise estrutural do capital, e sua função no esgarçamento das experiências e na dissolução das expectativas.</p> Tom Adamenas e Pires Copyright (c) 2024 Tom Adamenas e Pires https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3242 Tue, 09 Jul 2024 00:00:00 +0000 O NOVO PERFIL DE ESTUDANTES-TRABALHADORES E TRABALHADORAS DO DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (DG-USP) https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3070 <p>O objetivo central do presente trabalho é identificar o perfil e as principais dificuldades acadêmicas dos/as estudantes-trabalhadores/as de graduação do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (DG-USP). Para tanto, além do levantamento bibliográfico referente ao tema, analisamos dados dos questionários socioeconômicos da Fundação para o Vestibular (FUVEST), entre os anos de 2001 e 2015, e dos questionários socioeconômicos respondidos pelos estudantes do DG-USP nos anos de 2018 e 2020. Defendemos que o perfil de estudantes-trabalhadores/as do DG-USP sofreu uma transformação que se deve, principalmente, a dois fatores. O primeiro refere-se à adesão da USP ao Sistema de Seleção Unificada (SISU), em 2015, permitindo maior ingresso de estudantes socioeconomicamente mais vulneráveis — com renda familiar de até 5 salários mínimos, oriundos de escolas públicas e autodeclarados/as pretos, pardos e indígenas. O segundo fator é consequência direta do avanço das políticas neoliberais sobre o mercado de trabalho brasileiro, provocando intensa precarização das condições materiais e subjetivas dos/as trabalhadores/as. Como resultado, identificamos um perfil de estudantes-trabalhadores/as socioeconomicamente mais vulneráveis em relação àqueles/as que ingressaram na USP antes da reserva de vagas, e que apresentam dificuldades acadêmicas relacionadas principalmente à falta de tempo, linguagem acadêmica, excesso de tarefas acadêmicas, questões financeiras e psicológicas. Concluímos que a presença desse novo perfil de estudantes demanda o alargamento e o aprofundamento das estratégias de permanência estudantil na USP, bem como avaliação cuidadosa acerca da concepção e das práticas pedagógicas do DG-USP.</p> Patrícia Paula da Silva Copyright (c) 2024 Patrícia Paula da Silva https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3070 Tue, 09 Jul 2024 00:00:00 +0000 A ESCOLA NÃO É UMA EMPRESA: REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE A GÊNESE DA PERDA DE ESPAÇO DA GEOGRAFIA NO ENSINO MÉDIO https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3299 <p>No Brasil, o projeto neoliberal tem interferido nas instituições escolares, principalmente a partir da década de 1990, com ações que buscam adequá-las ao <em>modus operandi</em> dos princípios empresariais. Essa racionalidade passou a ser aplicada com mais vigor com a Reforma do Novo Ensino Médio, em 2017, e a implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em 2018, que tem impactado na redução de disciplinas escolares no Ensino Médio, entre elas, a Geografia. Desse modo, o trabalho tem como objetivo discutir teoricamente a gênese da perda de espaço da Geografia no Ensino Médio com a reforma do Novo Ensino Médio e a implantação da BNCC. Para cumprir tal intenção, realizou-se uma pesquisa bibliográfica. Os resultados teóricos indicam que a gênese da perda de espaço da Geografia no Ensino Médio perpassa pelas implicações da globalização capitalista sob a ótica do direcionamento do neoliberalismo, que tem entrado na escola por meio de modelos de gestão empresarial. Tais modelos foram respaldados pela Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017 (BRASIL, 2017), e a BNCC (BRASIL, 2018). Tais interferências têm como princípios formativos as pedagogias das competências, cuja finalidade é adaptar os sujeitos às dinâmicas socioespaciais. Já a Geografia é componente curricular que tem como contribuição possibilitar aos estudantes, por meio de seus conhecimentos, compreender e transformar a realidade. Portanto, a Geografia, por ser uma disciplina poderosa que diverge do projeto neoliberal, é reduzida no currículo da BNCC para ceder espaço para os princípios da escola-empresa.</p> Daniel Rodrigues Silva Luz Neto Copyright (c) 2024 Daniel Rodrigues Silva Luz Neto https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3299 Tue, 09 Jul 2024 00:00:00 +0000 MEMÓRIAS CAMPONESAS POR TERRA NO GOVERNO MILITAR https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3234 <p>O assentamento de camponeses gaúchos pobres na Amazônia mato-grossense é tema deste estudo que tem como objetivo analisar sua fixação e adaptação em espaço desconhecido. A fim de alocá-los, o governo federal propôs o Projeto Terranova, MT, distante mais de 2.000 km do Rio Grande do Sul, espaço com clima e solo totalmente diferentes das terras sulinas, demonstrando o desconhecimento governamental da precária realidade do local escolhido. A fim de entender como e por que aconteceu essa migração, dialogamos com um grupo de 12 famílias participantes do Projeto, por terem sido expulsas das Terras Indígenas de Guarita, Tenente Portela, Nonoai e Cacique Doble, situadas no Alto Uruguai, RS. A partir das memórias, ancoradas em referenciais teóricos sobre as políticas agrária e agrícola, problematizam-se pontos sobre a migração e o processo de adaptação e fixação no novo local, enfatizando-se saberes e práticas que compuseram a vida coletiva. Como pano de fundo, explanaram-se os interesses políticos e econômicos nacionais do Estado e capital que interferiram sobremaneira na história de vida e morte de comunidades inteiras e alteraram o bioma Amazônia, configurando intensas transformações socioambientais.</p> José Aldair Pinheiro, Aumeri Carlos Bampi, Almir Arantes Copyright (c) 2024 José Aldair Pinheiro, Aumeri Carlos Bampi, Almir Arantes https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3234 Wed, 10 Jul 2024 00:00:00 +0000 A PERSPECTIVA DE(S)COLONIAL NA GEOGRAFIA BRASILEIRA: https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3290 <p>No campo histórico da produção científica é perceptível uma concentração teórico-epistemológica que culmina na construção de uma hegemonia eurocêntrica presente nas investigações que buscam compreender o mundo ocidental. Por outro lado, constitui-se um silenciamento de diversas formas de produção de conhecimento, como as dos povos colonizados, por exemplo. É nesse sentido que a perspectiva de(s)colonial emerge como possibilidade analítica para contestar e complementar as tendências acadêmicas dominantes. Isso porque a Geografia é um exemplo de conhecimento cujas bases se deram nos pressupostos eurocêntricos, que mantém seus traços na condução da produção do conhecimento geográfico até os dias atuais. Assim, o objetivo principal deste artigo é averiguar como a perspectiva de(s)colonial vêm sendo incorporada à Geografia brasileira contemporânea, a partir de uma análise bibliométrica, verificando os conteúdos de Dissertações e Teses presentes no catálogo da CAPES, defendidas entre o período de 2010 a 2018. Os resultados demonstraram que a Geografia tem muito a percorrer nesse caminho de refundar suas bases epistemológicas em busca de um conhecimento crítico de(s)colonizado e múltiplo.</p> Tatiane Silva, Maria Angélica de Oliveira Magrini Copyright (c) 2024 Tatiane Silva, Maria Angélica de Oliveira Magrini https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3290 Wed, 10 Jul 2024 00:00:00 +0000 ENSINO DE GEOGRAFIA INCLUSIVO https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3272 <p>O intento do presente artigo foi analisar experiências, percepções e demandas de docentes de Geografia e de alunos com deficiência do município de Restinga Sêca, RS, e de licenciandos do Curso de Geografia da UFSM, sobre os desdobramentos do Ensino de Geografia Inclusivo. Para alcançar tal objetivo, aplicou-se entrevistas com os três públicos e utilizou-se da abordagem qualitativa e, em certos momentos, quantitativa, para dar condução a pesquisa e análise dos resultados. Assim, averiguou-se que houve avanços no processo de inclusão de discentes com deficiência, tanto nas escolas do Município de Restinga Sêca como no Curso de Geografia da UFSM. Contudo, a inclusão é interpretada como desafio. Existe um contexto de precarização nas instituições do Município em estudo que impede a efetiva inclusão, com qualidade, de todos. Embora muitos entrevistados discutam sobre a importância das parcerias, as escolas públicas ainda não conseguem trabalhar na perspectiva do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) e de coensino, principalmente por causa das condições de trabalho e do Atendimento Educacional Especializado (AEE) extraclasse, que faz perpetuar o sistema integracionista na escola de ensino regular. Em alguns casos, há uma justificativa da não aprendizagem pela situação biológica do estudante. É preciso uma formação de professores que possa qualificar o sujeito. Entretanto, os Cursos não devem ser vistos como única solução, pois o futuro docente ou aquele em exercício precisam trabalhar nas suas (auto)formações, para que possam corroborar, adequadamente, nos processos de ensino e aprendizagem e inclusão do público-alvo da educação especial no ensino de Geografia.</p> Lucian Armindo da Silva Brinco , Mauro Kumpfer Werlang, Natália Lampert Batista Copyright (c) 2024 LUCIAN ARMINDO DA SILVA BRINCO, MAURO KUMPFER WERLANG, NATÁLIA LAMPERT BATISTA https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3272 Wed, 10 Jul 2024 00:00:00 +0000 GRÊMIO ESTUDANTIL E FRONTEIRAS DE EXCLUSÃO: EMANCIPAÇÃO JUVENIL E TERRITORIALIDADES NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3269 <p>Este artigo constitui-se como parte do resultado da pesquisa de Doutorado e tem como objetivo analisar de maneira crítica as (des) territorialidades dos grêmios estudantis, bem como seu funcionamento e organização no cotidiano das unidades. O problema da pesquisa pode ser compreendido com a seguinte questão: Os grêmios estudantis conseguem se expandir enquanto coletivo nos territórios educacionais de maneira plena? Se não, quais são os obstáculos que contribuem para a não efetivação do projeto nas unidades escolares? Operamos com a hipótese de que as políticas educacionais são elaboradas nos dias atuais como uma tentativa de desconstrução dos movimentos estudantis, bem como a inserção plena destes jovens no mundo do trabalho precarizado com uma visão mecanicista, inconsistente e pouco reflexiva. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e estudo de caso, baseados na investigação qualitativa, no qual exige a combinação de recolha de dados, bem como sua análise. Como resultado, temos que os grêmios estudantis das escolas municipais da São Paulo a partir do estudo de caso, não funcionam de maneira plena por conta das consequências da pandemia da COVID-19, alienação espacial provocada pelo mundo do trabalho precarizado, as políticas neoliberais que precarizam a participação dos alunos e por fim, a truculência da gestão escolar.</p> Alex Marighetti, Diego Corrêa Maia Copyright (c) 2024 Alex Marighetti, Diego Corrêa Maia https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3269 Thu, 17 Oct 2024 00:00:00 +0000 PIBID E O PROCESSO FORMATIVO NA PRÁTICA DOCENTE DOS EGRESSOS EM GEOGRAFIA NA UNIFESSPA PERÍODO 2011-2018 https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3243 <p>A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar a importância do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) na formação profissional dos egressos. Esses futuros professores participaram do programa nos subprojetos da Licenciatura em Geografia, na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), nos editais Pibid/Capes/DEB Nº 011/2012 e Nº 061/2013. A metodologia utilizada caracteriza uma pesquisa qualitativa do tipo exploratória, a partir da qual fez-se uma pesquisa empírica com aplicação de questionários. Esses questionários, aplicados por meio do <em>Google Forms</em>, foram direcionados aos discentes egressos que participaram das edições dos subprojetos já mencionados, compondo uma amostra de 28 alunos bolsistas. Na pesquisa teórica, apoiamo-nos em autores que estudam a temática de formação de professores, como Nóvoa (2015), Libâneo (1990), Dias (2017), Imbernón (2011), Pimenta; Lima (2017), Tardif (2014), e de outros que estudam o ensino e a formação de professores de Geografia, como Cavalcanti (2013), Pontuschka, Paganelli e Cacete (2007) e outros. Na análise dos dados, constatou-se que o Pibid ― enquanto política pública que promove e incentiva a carreira docente ― melhora o desenvolvimento da prática pedagógica e da articulação teoria e prática; além disso, propicia a formação continuada dos professores que estão em sala de aula. Os resultados mostram, a partir das falas dos egressos, que poder participar do Pibid foi uma experiência que lhes trouxe significativas contribuições.</p> Carlos André dos Santos Sousa, Robson Alves dos Santos, Abraão Levi dos Santos Mascarenhas, Dionel Barbosa Ferreira Júnior Copyright (c) 2024 Carlos André dos Santos Sousa, Robson Alves dos Santos, Abraão Levi dos Santos Mascarenhas, Dionel Barbosa Ferreira Júnior https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3243 Thu, 17 Oct 2024 00:00:00 +0000 OS PEQUENOS MUNICÍPIOS MAIS PROCURADOS DO SUDESTE BRASILEIRO: https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3295 <p>A interiorização do processo de urbanização vem generalizando-se no interior do país, com reflexos na distribuição espacial da população via migração, dado a queda nas taxas de fecundidade, observada desde finais da década de 1960. Como consequência, os núcleos urbanos mais dinâmicos têm se consolidado como áreas de centralidade fora das grandes aglomerações populacionais. Este artigo buscou identificar a conformação de novos núcleos de atração de migrantes, compostos pelos pequenos municípios do Sudeste brasileiro. A partir do levantamento dos dados censitários de 2000 e 2010, foi proposta uma taxonomia espacial dos municípios de pequeno porte do Sudeste brasileiro, com base na dinâmica demográfica. Os principais resultados são que alguns pequenos municípios têm se consolidado em novas regiões de atração de população, o que tem dinamizado e alterado padrões dos fluxos migratórios outrora conhecidos.</p> Nayhara Freitas Martins Gomes, Carlos Fernando Ferreira Lobo Copyright (c) 2024 Nayhara Freitas Martins Gomes, Carlos Fernando Ferreira Lobo https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3295 Thu, 17 Oct 2024 00:00:00 +0000 MULTITERRITORIALIDADE IMPOSTA POR BELO MONTE AOS REMOVIDOS PARA O RUC SÃO JOAQUIM https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3289 <p>Este artigo investiga o processo de construção de novas territorialidades e as relações de pertencimento entre os sujeitos atingidos pela implantação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, focando especificamente no Reassentamento Urbano Coletivo (RUC) São Joaquim, localizado em Altamira, Pará. O estudo explora a problemática da transformação territorial provocada pela construção da usina, que desencadeou um processo de desterritorialização e subsequente reterritorialização entre os moradores deslocados. O principal objetivo é desvendar como esses moradores, agora realocados no RUC, desenvolvem novas formas de pertencimento e territorialidade, que reconstroem suas vidas em um contexto radicalmente alterado. Utilizando uma abordagem metodológica qualitativa, a pesquisa se apoia em trabalho de campo, entrevistas, dados secundários e fotografias no sentido de entender as vivências e percepções dos residentes do RUC. Os achados do estudo destacam a emergência de novos territórios e práticas espaciais dentro do RUC São Joaquim, ressaltando a existência de uma multiterritorialidade e a interação dinâmica com diversos grupos sociais. A desterritorialização enfrentada pelos moradores teve profundos impactos em suas relações sociais e identidade territorial, ocasionando uma profunda reconfiguração do espaço urbano e da dinâmica comunitária. Enfrentando diversos desafios, os moradores trabalham na reconstrução de relações de vizinhança e na reafirmação de sua territorialidade, num esforço para adaptar-se e encontrar sentido no novo ambiente urbano que agora habitam.</p> Bruno Alves dos Santos, José Queiroz de Miranda Neto Copyright (c) 2024 Bruno Alves dos Santos, José Queiroz de Miranda Neto https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/3289 Thu, 17 Oct 2024 00:00:00 +0000